NY Times vai cobrar menos de 20 dólares por acesso integral ao site
21.01.2011 - 16:45 Por João Pedro Pereira
O site do jornal americano NY Times deverá cobrar menos de 20 dólares (cerca de 15 euros) pelo acesso a todos os conteúdos do site, noticia a agência Bloomberg, citando uma fonte anónima.
A fachada do edifício do New York Times (Shannon Stapleton/Reuters) O acesso ao site do NY Times (que é o jornal do mundo com mais tráfego online) vai passar a ser parcialmente pago, numa tentativa de encontrar receitas que compensem o facto de a publicidade online não estar a crescer o suficiente para compensar as perdas que toda a indústria regista nas edições impressas.
Os pormenores sobre este modelo de negócio, nomeadamente o preço e a data de início, ainda não foram anunciados publicamente, mas um executivo do NY Times já tinha afirmado que o preço da subscrição online deveria estar em linha com os 20 dólares que os leitores pagam para aceder ao jornal no Kindle, o leitor de livros electrónicos da Amazon.
O concorrente Wall Street Journal (do grupo de Rupert Murdoch, que tem sido um acérrimo defensor de conteúdos pagos online) cobra hoje um pouco menos de nove dólares pelo acesso mensal.
Os leitores do NY Times poderão continuar a aceder a alguns artigos gratuitamente – mas, quando atingirem um número limite (ainda não divulgado), o acesso será cortado (o Financial Times é um dos jornais que tem um esquema semelhante).
O NY Times, porém, abre uma excepção, cujos contornos também ainda não são inteiramente conhecidos: não haverá limite de leitura de artigos para as pessoas que acedam através de links de outros sites.
O objectivo é evitar que deixe de haver links para os artigos do NY Times, o que significaria não apenas uma perda de tráfego directo, mas também uma redução da posição no ranking do Google – um dos factores mais importantes usados pelo motor de busca para hierarquizar páginas é precisamente o número de links que cada uma dessas páginas recebe.
Não se sabe se os links de todos sites vão estar contemplados nesta excepção (previsivelmente, serão excluídos agregadores de notícias como o Google News). E também se desconhece o que fará o NY Times para lidar, por exemplo, com sites que decidam listar automaticamente todos os artigos publicados, com um link para a página original – algo que é tecnicamente simples de fazer e que pode ser conseguido com muitas ferramentas para criação de blogues.
Para os sites, decidir por uma barreira de pagamentos implica também uma diminuição de visitantes, o que afecta as vendas de anúncios publicitários.
Esta não é a primeira vez que o NY Times testa o modelo de conteúdos pagos. Em Setembro de 2005, decidiu lançar o Times Select, que fazia com que os artigos de opinião apenas pudessem ser lidos por utilizadores pagantes. Dois anos depois, voltou a abrir o acesso, após ter concluído que seria melhor rentabilizar os artigos com anúncios publicitários.
(Notícia retirada do Público online)